- A Paz Através de Uma Tigela de Chá -

Lembranças da minha avó

Iumi Takeda Yokobatake (Sôyu)

Conforme no livro Vivência e Sabedoria do Chá do Daisôshô, comecei a aprender a Cerimônia do Chá aos 6 anos, pois em maio de 1973, foi realizada no Palácio das Convenções do Anhembi a Feira Industrial do Japão em São Paulo. Além da exposição de indústrias japonesas, foi construída um Chaseki e eu fiz a Cerimônia do Chá.

Tive aulas no Chashitsu no 3º andar no Bunkyo, pois na época o Bunkyo tinha apenas 3 andares. Os outros andares foram construídos depois. Com a vinda do casal Sôkei Hayashi e Sôen Hayashi em 1978, mudamos para a sala que todos conhecem no 4º andar.

Molhava meus vestidos usando o hishaku para jogar água do mizusashi para chawans e pisava na areia do roji.

47 anos se passaram, mas a Cerimônia do Chá continuou presente em minha vida. Muitas vezes enquanto estou fazendo um otemae ainda ouço a voz da minha avó falando “sanbon no yubi o dashite” ou “ookiku no noji o kaite”.

Agora na quarentena não podemos participar das aulas, então recebo as Caixas de Perguntas com alegria e curiosidade de um novo aprendizado. Não tenho muitos dôgu, mas lembro de minha avó que trouxe a Cerimônia do Chá no Brasil em 1954 e faleceu em 2004. Quando ela faleceu estava fazendo o Ryakubon novamente, pois quando voltamos para o primeiro vemos com outros olhos.

(Nota da redação: A avó no texto é a professora Sôhô Takeda.)